Relatório do CDP revela que a percepção das empresas sobre o risco climático saltou de 10% para 37%, comparando este ano em relação a 2011
De São Paulo
As mudanças climáticas já estão impactando a forma de fazer negócios. É o que mostra o relatório “Succeeding in an uncertain, resource constrained world”, lançado na última semana pelo Carbon Disclosure Project (CDP). De acordo com a publicação, 81% das empresas respondentes identificam riscos físicos advindos das mudanças climáticas. Do universo pesquisado, 78% das companhias já consideram o risco climático em suas estratégias de negócio.
Essas e outras tendências foram discutidas no CDP Global Climate Forum, que marcou o lançamento do relatório em uma teleconferência realizada, na última quarta-feira, em 10 cidades simultaneamente, entre elas São Paulo, Londres, Nova Iorque, San Francisco, Washington D.C., Paris, Lisboa, Mombai e Cidade do México. A crise financeira internacional, que ainda causa turbulência nos mercados internacionais, foi preocupação presente nas discussões, bem como a aceleração na busca de soluções com vistas a uma economia de baixo carbono. “As empresas atentas às demandas dos consumidores já estão mudando a forma de fazer negócios devido às mudanças climáticas, a despeito de uma regulação global nessa área. As decisões que perpetuam uma economia legítima, de baixo carbono e de alto crescimento vão trazer valor considerável para aqueles que tiverem a visão de futuro para tomá-las”, enfatizou Paul Simpson, CEO do CDP.
As informações administradas pelo CDP podem ajudar a iluminar esse caminho. Hoje, mais de 3700 corporações respondem aos pedidos de informações enviados pelo CDP em nome de 656 investidores globais, entre fundos de pensão, asset managements, bancos e seguradoras. O CDP detém hoje o maior banco de dados do mundo sobre ações corporativas na área de mudanças climáticas. Ao prover uma plataforma global de reporte, o CDP permite que as empresas dialoguem com seus investidores e demais partes interessadas sobre um tema que ocupa posição cada vez mais destacada na estratégia de negócio. Além disso, companhias e investidores passam a contar com informações mais consistentes para a tomada de decisão, considerando riscos de médio e longo prazo associados às mudanças climáticas.
Nesse cenário, a cooperação entre empresas, ONGs e governos será fundamental para avançar na inovação e na busca de oportunidades para se fazer mais com menos. “Estamos saindo de uma era de competição para um período em que as organizações precisarão colaborar entre si para desenvolver as soluções que o mundo tanto necessita, sob pena de comprometer sua própria perenidade. As mudanças climáticas são o exemplo mais notório dessa tendência”, ressalta Fernando Figueiredo, Diretor do CDP no Brasil.
No próximo mês, o CDP realizará os lançamentos da suas edições no Brasil e América Latina, que trarão um panorama de como a gestão de emissões está sendo tratada nessas geografias. O relatório CDP América Latina 2012 também será lançado em uma teleconferência internacional, a ser realizada no dia 25 de Outubro em seis cidades simultaneamente: Buenos Aires, Cidade do México, Lima, Santiago, São Paulo e Rio de Janeiro simultaneamente. Enquanto que o lançamento da edição Brasil se dará no dia 29 de Outubro em uma Rodada de Diálogo na Bolsa de Valores de São Paulo.
fonte: plurale.com.br
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