domingo, 21 de julho de 2013

Contrariando IPCC, novo estudo do MIT afirma que furacões ficarão mais frequentes



As previsões do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para os furacões afirmam que eles ficarão mais intensos, mas menos frequentes, em um planeta sob o aquecimento global. Porém, nesta segunda-feira (08), um estudo de autoria de Kerry Emanuel, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e provavelmente a maior autoridade mundial em furacões, aponta que durante o atual século veremos até 20 furacões e tempestades tropicais a mais em média por ano.

O mais recente relatório do IPCC que abordou o assunto, publicado em 2012, reconhece que as condições futuras favorecerão grandes furacões, que serão mais intensos do que os atuais, mas destaca que a formação desse tipo de fenômeno será mais rara.
O estudo de Emanuel, intitulado “Downscaling CMIP5 climate models shows increased tropical cyclone activity over the 21st century” e publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), teria utilizado o que há de melhor em termos de modelagem climática para comparar a frequência e intensidade dos furacões durante 1950 a 2005 com o que pode acontecer até 2100.
“Estudos anteriores utilizando técnicas semelhantes, mas com modelos climáticos antigos, mostraram pouca mudança na frequência, mas um aumento na intensidade. Nosso trabalho sugere que a quantidade de furacões vai crescer, sendo que as regiões do sul do Oceano índico e do Atlântico Norte apresentarão uma taxa maior desse crescimento”, explicou Emanuel.
“É importante enfatizar que a maioria dos estudos reconhece que haverá um aumento na frequência de ciclones tropicais da mais alta categoria. Onde há discordância é que se pensava que a frequência de tempestades mais fracas seria diminuída”, completou.
O pesquisador não conseguiu apontar as causas para a maior ocorrência desse tipo de fenômeno, mas suspeita que a redução de aerossóis na atmosfera pode ser um dos fatores. Fuligem, poeira e sulfatos com tamanho entre 0,01mm e 10mm são classificados como aerossóis.
“Não sabemos com certeza porque aplicando a atual geração de modelos climáticos globais (CMIP5) temos um aumento na atividade, porém suspeito que tem mais a ver com o declínio projetado na concentração de aerossóis dispersados pelo homem na atmosfera do que com o crescimento das emissões de dióxido de carbono. Mas é apenas uma constatação, não imaginem que eu esteja defendendo o aumento da poluição como uma maneira para lidar com os furacões”, concluiu.
Citação: Emanuel , Kerry. Downscaling CMIP5 climate models shows increased tropical cyclone activity over the 21st century, doi: 10.1073/pnas.1301293110 PNAS  July 8, 2013
Crédito Imagem: NASA

fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=734540

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