
As previsões do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para os furacões afirmam que eles ficarão mais intensos, mas menos frequentes, em um planeta sob o aquecimento global. Porém, nesta segunda-feira (08), um estudo de autoria de Kerry Emanuel, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e provavelmente a maior autoridade mundial em furacões, aponta que durante o atual século veremos até 20 furacões e tempestades tropicais a mais em média por ano.
O mais recente relatório do IPCC que abordou o assunto, publicado em 2012, reconhece que as condições futuras favorecerão grandes furacões, que serão mais intensos do que os atuais, mas destaca que a formação desse tipo de fenômeno será mais rara.
O estudo de Emanuel, intitulado “Downscaling CMIP5 climate models shows increased tropical cyclone activity over the 21st century” e publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), teria utilizado o que há de melhor em termos de modelagem climática para comparar a frequência e intensidade dos furacões durante 1950 a 2005 com o que pode acontecer até 2100.
“Estudos anteriores utilizando técnicas semelhantes, mas com modelos climáticos antigos, mostraram pouca mudança na frequência, mas um aumento na intensidade. Nosso trabalho sugere que a quantidade de furacões vai crescer, sendo que as regiões do sul do Oceano índico e do Atlântico Norte apresentarão uma taxa maior desse crescimento”, explicou Emanuel.
“É importante enfatizar que a maioria dos estudos reconhece que haverá um aumento na frequência de ciclones tropicais da mais alta categoria. Onde há discordância é que se pensava que a frequência de tempestades mais fracas seria diminuída”, completou.
O pesquisador não conseguiu apontar as causas para a maior ocorrência desse tipo de fenômeno, mas suspeita que a redução de aerossóis na atmosfera pode ser um dos fatores. Fuligem, poeira e sulfatos com tamanho entre 0,01mm e 10mm são classificados como aerossóis.
“Não sabemos com certeza porque aplicando a atual geração de modelos climáticos globais (CMIP5) temos um aumento na atividade, porém suspeito que tem mais a ver com o declínio projetado na concentração de aerossóis dispersados pelo homem na atmosfera do que com o crescimento das emissões de dióxido de carbono. Mas é apenas uma constatação, não imaginem que eu esteja defendendo o aumento da poluição como uma maneira para lidar com os furacões”, concluiu.
Citação: Emanuel , Kerry. Downscaling CMIP5 climate models shows increased tropical cyclone activity over the 21st century, doi: 10.1073/pnas.1301293110 PNAS July 8, 2013
Crédito Imagem: NASAfonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=734540
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