sábado, 27 de julho de 2013

Dolores Feitosa: resiliente como a Caatinga

ResilientecomoaCaatinga

Ela tem 89 anos e foi uma das pioneiras das lutas ambientais no Ceará, juntamente com o marido,Joaquim Feitosa (Feitosinha). A sobralense Dolores Feitosa fez parte do grupo de cidadãos que lutou pela criação do Parque Adahil Barreto, entre as atividades realizadas, muitas reuniões e um animado convescote debaixo dos cajueiros.

No espaço, hoje destinado à preservação ambiental, seria construído o prédio do Banco do Nordeste, no entanto, devido à pressão popular, foi decidido que o bairro Passaré abrigaria o Banco. Esta é uma das muitas histórias que serão contadas no livro “Dolores Feitosa – resiliente como a Caatinga”, escrito pela jornalista e escritora Luiza Helena Amorim, que será lançado nesta sexta-feira (19), às 19h30, no Ideal Clube.
Ao narrar fatos da vida particular e da vida pública da biografada, a obra retrata um pouco da história do Ceará e do Brasil. E mostra as bandeiras de luta de Dolores Feitosa, como a preservação do bioma da Caatinga.
Ela e o seu Feitosinha participaram ativamente da mobilização pela ida do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) para o Ceará, mais precisamente para o Sertão dos Inhamuns. A Fundação Bernardo Feitosa, a qual ela preside, realizou debates e buscou articulações com a sociedade civil, universidades, entidades não governamentais e lideranças municipais.
Segundo Dolores Feitosa, foram coletadas mais de 5 mil assinaturas justificando ao Ministério da Ciência e Tecnologia os motivos para levar o Instituto para Tauá. No entanto, foi escolhida a cidade de Campina Grande, na Paraíba.
“Já que o propósito do governo era promover a inclusão, deveria ter olhado mais para Tauá e para a Região dos Inhamuns, porque existe um grande potencial para o turismo científico e para as diversas pesquisas na área ambiental”, critica a ambientalista. Na época, ela enviou uma carta com um desabafo, ao então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o falecimento do esposo, Dolores Feitosa deu continuidade ao trabalho iniciado pelo seu Feitosinha. E ainda tem fôlego para encampar outras lutas, como a questão cultural e patrimonial, por meio da Fundação Bernardo Feitosa, da qual ela é presidente e cuja área de atuação abrange o Museu Regional dos Inhamuns, em Tauá.
“A principal causa de Dolores Feitosa sempre foi o social, por isso não consigo rotulá-la. Vimos a atuação dela, por exemplo, defendendo os direitos da população se manifestar nas ruas contra a Ditadura Militar, depois se aprofundando nas questões ambientais, como a implantação do Parque Adahil Barreto”, explica Luiza Helena Amorim.
Para a jornalista e historiadora Isabel Lustosa, que assina o prefácio da obra, “o patrimônio histórico, natural e arqueológico do sertão cearense deve muito à ação que Dolores Feitosa empreendeu e continua empreendendo, mesmo com quase 90 anos”. O livro traz, ainda, uma coletânea de artigos, discursos e poemas inéditos de Dolores Feitosa. Aos leitores fica o convite para reflexão e ação em prol de um mundo mais justo social, econômico e ambiental.
Serviço
Lançamento do Livro “Dolores Feitosa – resiliente como a Caatinga”
Ideal Clube
19 de julho, às 19h30

Nenhum comentário:

Postar um comentário