sábado, 27 de julho de 2013

Pesquisador da USP desenvolve cultivo sustentável de batata

O processo sustentável requer menos fertilização e uso de fungicidas.

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pesquisa demonstrou a viabilidade do cultivo sustentável de um clone de batata desenvolvido no Brasil, que possui menor necessidade de fertilização e uso de fungicidas. O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação em Fitotecnia da Esalq pelo engenheiro agrônomo Eduardo Yuji Watanabe.  O clone também apresentou potencial para utilização em processamento industrial, podendo competir com as variedades importadas.
Watanabe avaliou o desempenho de produção e de qualidade do clone de batata IAC 2.5, em três doses de adubação mineral de plantio com o uso da fórmula 04-14-08, com e sem a adição de composto orgânico.
“O trabalho gera informações que contribuem com o cultivo de batata em sistema sustentável, ou seja, nem orgânico e nem convencional tradicional, e com uso de genótipo nacional”, afirma o autor da pesquisa.
O experimento foi conduzido de outubro de 2012 a fevereiro de 2013 na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itararé, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), em Itararé (interior de São Paulo). A pesquisa teve orientação do professor Paulo César Tavares de Melo, do Departamento de Produção Vegetal (LPV) da Esalq.
Segundo Watanabe, a cultura da batata é uma das mais exigentes em fertilização e como principal resultado, foi verificado que a dose 2150 kg ha-1 do formulado 04-14-08 complementado com 5000 kg ha-1 de composto orgânico de marca comercial Provaso responde à maior produtividade comercial de tubérculos. “O clone de batata IAC 2.5 tem demonstrado em ensaios preliminares, maior rusticidade, pela menor exigência em fertilização e proteção fitossanitária por fungicidas, em relação às cultivares importadas que atualmente dominam o mercado”.
Matéria orgânica
Além disso, a pesquisa constatou importância da complementação da matéria orgânica no aumento da eficiência da adubação mineral. “As informações levantadas em campo contribuirão para a produção de batata em sistema agrícola sustentável, com uso de genótipo nacional”, ressalta Watanabe.
“Outro aspecto que deve ser ressaltado é a qualidade de fritura na forma de palitos apresentado pelo clone, que possibilita a sua disputa no mercado de batata in natura e para processamento industrial”. O agrônomo desenvolveu o projeto com apoio de bolsa de estudos da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) e, além do orientador, contou com apoio de Valdir Josué Ramos, da APTA.
Entre os produtores mundiais de batata, o Brasil não está entre os principais, embora a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) considere o tubérculo como o esteio da segurança alimentar de inúmeros países. “A maioria das cultivares de batata disponíveis no mercado in natura são importadas e se sobressaem pelo alto potencial produtivo e aparência externa do tubérculo”, comenta o engenheiro agrônomo.
De acordo com Watanabe, “em geral, as cultivares desenvolvidas no exterior não repetem nas diferentes regiões agroecológicas de cultivo brasileiras o bom desempenho exibido nas condições de cultivo de seu país de origem, especialmente no que diz respeito ao potencial produtivo e teor de matéria seca”.
Caio Albuquerque – Agência USP

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